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Plágio acadêmico: o que é e como verificar

Um tema bastante recorrente no mundo científico é o plágio acadêmico. Principalmente porque as revistas científicas e instituições de ensino ficam atentas na hora de avaliar artigos para submissão.

Não tenha dúvidas: artigos científicos plagiados são cortados na hora. 

Então, quando for publicar o seu, nada de plágio!

Neste artigo, você vai entender:

  • Segundo Ferreira (1999), plágio é assinar ou representar como sua a obra artística ou científica de outrem, é imitar o trabalho alheio.
  • Para Moraes (2004, p.95), plágio é uma imitação fraudulenta de uma obra, protegida pela lei autoral, ocorrendo um verdadeiro atentado aos direitos morais do autor: tanto à paternidade quanto à integridade de sua criação.

Em outras palavras, plágio acadêmico é qualquer cópia, seja ela parcial ou total, de algum conteúdo já existente, sem que os devidos créditos sejam dados ao autor.

A tecnologia, o contato entre pesquisadores e a facilidade de acesso às revistas científicas propiciaram um maior intercâmbio de informações. Mas também foram esses fatores que favoreceram práticas como o “roubo” de ideias.

Existem diversas formas de cometer plágio. Entre as práticas mais recorrentes, podemos destacar:

1 – Plágio Integral

É copiar, palavra por palavra, sem fazer alterações, uma obra ou um trecho dela e não apresentar a fonte original do texto.

2 – Paráfrase sem atribuir a fonte

Parafrasear (ou seja, falar a mesma coisa sendo que com outras palavras) a maior parte das ideias de um texto, sem acrescentar conteúdo próprio, também é plágio.

A paráfrase é muito utilizada por estudantes. Geralmente, algumas poucas palavras do texto original são alteradas, na tentativa de dificultar a identificação pelo avaliador, mas a ideia do texto é preservada. 

3 – Dados de pesquisas (quantitativos e qualitativos) sem mencionar a fonte

É plágio o ato de apresentar dados de instituições, como o IBGE, a OMS, ou que foram apurados por outros pesquisadores e “esquecê-los” de mencionar no texto ou atribuí-los como próprios.

Uma prática bem comum e que, muitas vezes, fazemos sem perceber é colocar:

“Atualmente, 70 milhões de pessoas no mundo sofrem da doença X”.

Mas quem disse isso? Foi você quem apurou a informação ou esse dado estava em um livro, site ou em uma pesquisa divulgada por um grande órgão? É preciso atribuir a fonte! SEMPRE!

4 – Mosaico de plágios

É copiar trechos de diversas fontes, formando um mosaico, mas alterando pequenas frases ou palavras para disfarçar a cópia.

É pegar, por exemplo, pequenos trechos de monografias diversas, de autores muito ou pouco conhecidos, e uni-los como se fossem um conteúdo novo e seu.

5 – Autoplágio

Acontece quando você mesmo toma emprestado seus próprios conteúdos, que já foram apresentados em situações anteriores.

Você pode, por exemplo, tê-lo apresentado no primeiro período da faculdade e, agora, o reutiliza também no quinto. Ou aproveita trechos do TCC para a pós-graduação.

Isso é bem comum entre os estudantes e eles sequer se dão conta de que estão cometendo plágio.

6 – Cópia de imagens, fotografias, gráficos, desenhos e outros conteúdos visuais

Você encontra uma tabela em um livro que simplifica bastante aquilo que você quer explicar. Então, escaneia a imagem, colocando-a no seu trabalho.  Tudo certo, né? Errado! Você também precisa atribuir os créditos de conteúdos visuais

7 – Fontes inexistentes

É muito comum em redações de ENEM. Nesse caso, a pessoa inventa uma citação e a atribui a uma fonte qualquer, de influência na história ou em uma área social específica, por exemplo.

Na prática, o plágio traz problemas tanto para a instituição que publicou o trabalho plagiado como para o pesquisador que cometeu o ato.

Então, é preciso muito cuidado na hora de avaliar os trabalhos submetidos em seu evento.

Escolher uma boa banca avaliadora, que seja cuidadosa e que tenha experiência na área, faz toda a diferença no assunto plágio.

É comum que os avaliadores já saibam reconhecer plágios de imediato, afinal, é algo que adquirem com a prática.

Professores também costumam conhecer o estilo de escrita de seus alunos e sabem dizer quando aquele texto foi escrito por eles ou não.

No mundo acadêmico, a reputação de um pesquisador conta muito. Cometer plágio significa infringir a lei 9.610/88 dos Direitos Autorais.  

Logo, plágio é crime e o autor deve responder judicialmente pela cópia ilegal do trabalho de outrem. 

A justiça brasileira utiliza formas de impedir esse tipo de apropriação autoral. Inclusive pode cassar o diploma do responsável pelo plágio. 

Além de ser uma atitude desonesta e reprovável, a pessoa que comete plágio pode ter a submissão e aprovação de trabalhos em congressos, simpósios e outros eventos acadêmicos prejudicada. É natural: ninguém quer receber um pesquisador que tem um histórico de plágios no currículo no seu evento.

Afinal, as instituições responsáveis por publicar tais trabalhos, seja por meio de editoras ou revistas, se tornam conhecidas por “deixarem passar” esse tipo de fraude e acabam perdendo a autoridade. 

Mas sempre foi assim?

O plágio em produções científicas e acadêmicas já existia na era pré Google, porém de uma forma mais discreta.

A dificuldade do acesso às informações tornava mais complicada tanto a utilização de ideias alheias quanto a identificação das cópias ilegais por parte dos avaliadores.

Com a maior parte do conteúdo impresso sendo transferido para as plataformas digitais, os pesquisadores conseguiram ter acesso a conteúdos que antes eram pouco conhecidos e difíceis de serem achados. 

As universidades ainda não possuem regras padronizadas para a identificação e a punição em casos de plágio. acadêmico

Diversos professores continuam a apontar essa falha e diversos danos se acometem tanto para o pesquisador quanto para o orientador.

A utilização de conteúdos autorais sem a devida autorização deve ser punida, mas antes disso é preciso investir na prevenção

Geralmente, nos primeiros artigos escritos quando ainda se é aluno, o autor costuma cometer o plágio acadêmico, mesmo sem que haja a intenção.

A prevenção é importante e deve ser estimulada. Para que no futuro, o pesquisador saiba produzir um conteúdo original, que contenha ideias próprias. 

Para quem produz eventos, é preciso sempre estar atento nas publicações de artigos e também nas apresentações de pôsteres e painéis.

Garantir que os trabalhos aprovados e publicados no seu evento não tenham plágio acadêmico é uma forma de comprovar a autoridade e a relevância do seu evento.

Detectores de plágio que você precisa conhecer

Uma boa dica é utilizar a tecnologia na identificação dos plágios. Existem softwares completamente gratuitos, que fazem uma varredura por palavras e paráfrases que tenham sido utilizadas em outras obras. 

Elegemos 4 detectores de plágio acadêmico fáceis de utilizar e que, com certeza, vão te ajudar a identificar cópias ilegais:

1 – Google

Sim, o próprio Google. Talvez seja essa a ferramenta mais acessível aos professores e avaliadores de artigos acadêmicos. Basta copiar trechos do texto do aluno e jogá-los no campo de busca.

O Google irá reconhecer as palavras e frases que já foram utilizadas em outras obras. Você pode acessar o suposto conteúdo original. E verificar se, de fato, o aluno usou de paráfrase, mosaico ou cópia integral daquele trecho.

2 – Turnitin

Como o próprio site diz, a Turnitin surgiu para “incentivar um ambiente de ensino onde os alunos se apropriam de suas idéias e produzem conteúdo original, um processo que os prepara para ter sucesso acadêmico e inovar além da sala de aula”.

Eles mostram, o quanto do documento do aluno se assemelha aos conteúdos dos  bancos de dados. Para que assim, os professores possam entender o quanto do documento não é original. A Turnitin diz ainda as fontes que o aluno utilizou para escrever o trabalho.

3 – CopySpider

O CopySpider é uma ferramenta gratuita que verifica, de forma precisa e ágil, documentos da internet que se assemelham ao trabalho apresentado pelo aluno.

4 – ACNP Software

O ACNP Software funciona de duas formas distintas: ele realiza uma busca anti-plágio e tenta encontrar documentos semelhantes na internet e ainda rastreia códigos ( C++, Visual Basic, Delphi, Java e C#)  que foram copiados e colados da web.

Plágios em eventos: como proceder?

Muitos produtores de evento, não consideram a presença do plágio em produções científicas. Por mais que haja instruções específicas para a produção e formatação dos artigos.

Nenhum evento está isento do plágio acadêmico, seja por autores que agem de má fé ou de autores pouco informados.

Para evitar o plágio e não desqualificar o seu evento no meio científico, cabe ao corpo editorial e à comissão organizadora tanto a identificação quanto a punição para os autores.

Como a importância do tema no meio acadêmico brasileiro ainda não está de fato formalizada, cabe aos professores e coordenadores de eventos à fiscalização para que casos como esses não aconteçam.

Como evitar o plágio?

Evitar o plágio nos seus trabalhos acadêmicos é simples: atribua a fonte. Sempre.

Se o conteúdo não é seu, mencione o autor, avise ao leitor do seu trabalho a quem aquele trecho pertence.

Para isso, cite-o no corpo do trabalho e não se esqueça de adicioná-lo às referências da sua pesquisa.

Atualmente, uma boa opção para assegurar que o trabalho ou artigo pertence a você é emitindo o DOI da publicação.

Com o DOI, você garante a autenticidade daquele conteúdo e ainda consegue mensurar o número de vezes que o sue trabalho foi citado por outros pesquisadores.

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