“Qual o Qualis Capes da Revista?”
“Você já consultou o Qualis desse periódico?”
Certamente, você já se deparou com essas questões no ambiente acadêmico.
Afinal, as publicações em revistas científicas são essenciais para pesquisadores e pós-graduandos. E é justamente o Qualis Capes que vai indicar se elas são confiáveis e têm boa reputação.
Mas esse classificador passa por mudanças com frequência e possui aplicações diferentes. Inclusive, sabia que existe um Qualis específico para eventos?
Então, se você quiser entender como o Qualis Capes funciona, conte com esse guia. Aproveite esse artigo para aprender mais sobre:
- O que é o Qualis Capes?
- Qualis-periódicos: como era
- Por que o Qualis periódicos foi substituído?
- Qualis 2025: como vai funcionar?
- Como consultar o Qualis das revistas?
- Qualis Eventos: o que é
Basicamente, o Qualis Capes é uma ferramenta de avaliação de programas de pós graduação do Brasil.
Ele é desenvolvido e aprimorado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
Na prática, os coordenadores das pós-graduações brasileiras compartilham com a Capes os dados das produções científicas realizadas. Tudo isso fica armazenado numa plataforma conhecida como Plataforma Sucupira.
A partir daí, a Capes pode iniciar a sua classificação. Assim, existem duas categorias:
- Classificação de revistas científicas (antigo Qualis-periódicos): classifica revistas científicas levando em consideração os artigos publicados nela;
- Classificação em eventos (Grupo de Trabalho Qualis Artístico / Classificação em Eventos): gera parâmetros de avaliação para produções artísticas e publicações em anais de eventos científicos.
Dessa maneira, o Qualis mantém seu objetivo de garantir uma maior qualidade à formação de mestres e doutores do País.
Além de identificar as desigualdades regionais e de áreas estratégicas, auxiliando na criação e expansão de programas de pós-graduação nas áreas ainda pouco exploradas no país.
O que o Qualis NÃO é
O Qualis não é um critério de avaliação dos pesquisadores. Não há Qualis individuais para cada Lattes.
Ele também não é uma base de indexação de periódicos, como Scopus, Web of Science e Google Scholar.
Ou seja, ele não “armazena” informações bibliográficas dos artigos e não adianta solicitar a inclusão da sua revista acadêmica no Qualis.
Na verdade, o Qualis usa a indexação de periódicos nessas bases como critério de avaliação.
Se você quiser inserir sua revista nelas, é necessário solicitar manualmente. Além disso, é ideal que já tenha a revista publicada online.
Por isso, é interessante utilizar softwares de gestão de revistas científicas, como a Even3.
Por muito tempo, o Qualis-periódicos foi a principal referência para pesquisadores ao avaliar a relevância de revistas científicas.
Ele durou até o ano de 2024 e classificava as revistas em extratos de B4 à A1, o grau mais alto de prestígio.
Entender como a avaliação era feita ainda é necessário para compreender a nova forma de avaliar e as mudanças no formato.
O Qualis-periódicos levava em consideração três aspectos metodológicos:
Classificação única
Cada periódico recebe apenas uma classificação, independentemente da quantidade de áreas de avaliação em que foi citado.
Classificação por áreas-mães
Os periódicos são classificados em áreas-mães, isto é, são agrupados e colocados na área em que tiveram maior número de publicações durante o período de avaliação. Nesse caso, a avaliação do Qualis acontece a cada 3 anos.
Indicadores bibliométricos
Indicadores bibliométricos são modelos matemáticos que contabilizam o número de citações recebidas pelos periódicos.
Eles são o Cite Score, o Fator de Impacto e o índice h5. Cada um é atribuído a uma base de indexação específica:
- Scopus (CiteScore);
- Web of Science (Fator de Impacto);
- Google Scholar (índice h5)
Em outras palavras, alguns periódicos com artigos publicados por pesquisadores brasileiros são “armazenados” nessas bases e têm seus dados bibliográficos e citações quantificados. E todas essas informações servem como base para o cálculo da Capes.
Por isso, revistas que não estão nessas bases de indexação, não possuem Qualis.
Isso não significa, necessariamente, que são produções ruins. Mas não possuem prestígio na área, pois não têm uma avaliação cuidadosa e segura.
Para indexar suas revistas científicas nessas bases, é necessário cumprir alguns requisitos específicos. Por exemplo, atribuir um DOI para cada trabalho publicado.
As avaliações da Capes se agrupam de quatro em quatro anos. Por isso, são chamadas de quadriênios.
Assim, no quadriênio iniciado em 2025 e concluído em 2029, o Qualis-periódicos deixou de existir.
Mas a mudança, na verdade, foi bem mais conceitual.
Isso porque a classificação do Qualis ainda existe. Contudo, ao invés de focar nos periódicos, agora passou a focar nos artigos publicados nessas revistas.
Dessa forma, há uma valorização maior dos artigos e os impactos que eles causam na área de atuação.
Muitos pesquisadores acreditam que essa mudança vai até valorizar os periódicos brasileiros.
Afinal, muitos cientistas escolhiam publicar apenas em revistas internacionais de grandes editoras comerciais. Elas têm uma média maior de citações e, portanto, eram mais bem avaliadas pelo Qualis-periódico.
No entanto, com a avaliação focada nos artigos, revistas menores podem ter mais chance de publicar artigos de grande impacto e, assim, aumentarem seu Qualis.
“Mas como o Qualis Capes vai avaliar os artigos?”, é o que muitos cientistas têm perguntado.
Agora há três novos procedimentos de classificação dos artigos. São eles:
Indicadores bibliométricos do periódico
Lembra que eu te falei dos indicadores bibliométricos? Eles se mantém na nova classificação!
Semelhante à metodologia anterior, os artigos ainda vão receber uma avaliação com base no desempenho do periódico em que foram publicados.
Indicadores bibliométricos diretos do artigo e critérios qualitativos da revista
A segunda forma de avaliação leva em consideração critérios quantitativos do artigo, como número de citações, número de downloads e menções em redes sociais.
Mas os combina com critérios qualitativos do periódico, como a relevância da revista no país ou o acesso aberto a trabalhos de qualidade.
Análise qualitativa dos artigos
Por fim, a avaliação vai focar em aspectos qualitativos do artigo, como sua contribuição científica, relevância temática e impacto teórico.
Estes critérios podem ser combinados, a depender do que definirem os representantes de cada área do conhecimento.
Essas definições e detalhes do procedimento devem ser divulgados nos documentos orientadores da Capes, que serão publicados em março de 2025.
Portanto, ainda teremos que esperar os desdobramentos do novo Qualis Capes.
Independente das mudanças, o Qualis das revistas é sempre uma informação pública.
Ela pode ser consultada de acordo com o quadriênio disponível na Plataforma Sucupira.
É só acessar o link: Pesquisa Geral de Periódicos – Qualis Capes
Nessa forma de busca, você consegue encontrar periódicos por:
- Evento de classificação: Triênio 2010-2012 ou Quadriênio 2013-2016;
- Área de avaliação;
- ISSN;
- Título da publicação;
- Classificação: aqui, ainda vale a classificação anterior (A1, A2, B1, B2, B3, B4, B5, C).
Ainda, como eu te disse, o Qualis Capes também avalia as publicações de eventos científicos.
Para um trabalho ser publicado nos anais de um evento, ele precisa atender a critérios de classificação exigidos pelo próprio evento. Da mesma forma, opera o Qualis Eventos.
Ou seja, os eventos precisam atender a critérios específicos estabelecidos. Só assim eles serão reconhecidos pela Capes e incluídos no GT (Grupo de Trabalho) Artístico Cultural e de Classificação de Eventos.
Alguns desses critérios são itens obrigatórios, outros são recomendados. Por isso, ajudam na classificação, já que trabalham com um sistema de estratificação de pontos (A1 a C).
Ainda, há os critérios indutores, utilizados quando o produto tem potencial relevância para a área de atuação. Mas não se preocupa em entender tudo isso agora! Irei te explicar cada um desses pontos.
Critérios obrigatórios do Qualis Eventos
Os critérios obrigatórios são os que determinam a classificação de um evento no conceito Qualis Eventos. São eles:
- Aderência à pesquisa
A produção deve ser aderente à pesquisa realizada no Programa de Pós-graduação (projeto, grupo ou rede, linha de pesquisa).
- Ter reconhecimento da Entidade Científica
É importante que o evento seja reconhecido, de forma explícita (na forma de promoções ou apoio), por uma entidade científica respeitada. Isso mostra que ele tem uma boa aceitação na área.
- Comitê Científico representativo
O comitê científico deve ser composto por pesquisadores atuantes e de reconhecida liderança na subárea do evento.
- Publicação de trabalho completo nos Anais
O evento pode incentivar a publicação de trabalhos curtos, resumos e resumos expandidos, mas a publicação de trabalhos completos é a forma reconhecida de divulgação. E é um item obrigatório para o Qualis Eventos.
-> Saiba qual é a importância dos Anais de Eventos
- Avaliação por pares
Os trabalhos devem ser avaliados por pares antes de serem publicados, como forma de assegurar a qualidade técnica e a relevância científica. Por isso, o Qualis Eventos determina que os eventos possuam e deixem explícitos os critérios de revisão por pares.
-> Entenda aqui como funciona a avaliação por pares.
- Registro da Publicação em Bibliotecas Digitais
O trabalho deve ser disponibilizado em bibliotecas digitais de amplo uso. Os dados bibliográficos do trabalho devem ser facilmente acessíveis e também devem estar disponíveis para download.
Critérios classificatórios do Qualis Eventos
- Abrangência da entidade/associação científica
Analisa por qual instituição o evento é promovido: associação científica nacional, associação científica internacional, grupo de pesquisa ou programa de pós-graduação.
- Composição do comitê científico
Analisa quem compõe o comitê científico do evento: se são membros nacionais ou internacionais.
- Impacto dos trabalhos
Verifica os impactos social, cultural e acadêmico dos trabalhos publicados nos anais daquele evento. Além de analisar medidas bibliométricas, como índice h5 e o Fator de Impacto.
Critérios indutivos do Qualis Eventos
Em última medida, os seguintes aspectos de indução do evento são analisados:
- Relevância para a formação discente;
- Relevância para a Área em regiões estratégicas;
- Relevância acadêmica (avanço científico-acadêmico);
- Relevância regional, nacional, internacional.
Por fim, consegui te dar um panorama geral sobre o que é e como funciona o Qualis Capes?
A carreira acadêmica é cheia de termos próprios, mas é possível dominá-los. O próximo passo agora é publicar seus próprios trabalhos em eventos ou até mesmo criar a sua própria revista.
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