Com tantos novos lançamentos de séries, eu não sei se você viu a estreia de Sandra Oh em The Chair, na Netflix.
Mas, se você, assim como eu, é amante de tudo que tem temática de pesquisa e ciência, não perca essa série! Não vou mentir, eu me senti muito representada.
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Com uma proposta mais cômica, The Chair é uma série que trata a vida universitária diferente da forma como estamos acostumados a ver em Hollywood. Não, não é tipo Sex Education!
Na verdade, tudo começa com a história da primeira mulher não branca a assumir o cargo de diretora do departamento de letras. A partir daí, vemos de tudo: amor pela ciência, docência, feminismo, machismo, cancelamentos e mais!
Quer saber por que essa série é uma preciosidade? Neste blogpost eu vou te mostrar 3 ensinamentos incríveis sobre pesquisadoras em The Chair!
The Chair: um breve resumo da série da Netflix
Como eu já disse, The Chair conta a história da primeira mulher não branca a assumir o cargo de diretora do departamento de letras.
Sandra Oh, ex Cristina Yang, de Grey’s Anatomy, interpreta Ji-Yoon, uma professora coreana que assume a cadeira de diretora do departamento de letras da Universidade de Pembroke.
Agora, se você, assim como eu, tentou pesquisar esses nomes no Google, vai perceber que os únicos resultados realmente se referem à série.
Ou seja, é tudo fictício mesmo! Mas é justamente a fidelidade à realidade que torna a série maravilhosa. Afinal, muitas mulheres se vêem representadas nas histórias que se entrelaçam com a vida acadêmica.
Inclusive, são desde os primeiros segundos da série que conseguimos sentir a identificação. Está tudo ali: a pompa da universidade, a paixão nos olhos, a nova geração de professoras, até mesmo as dificuldades estruturais que só quem viveu, sabe.
Por isso, apesar de curta – são apenas 6 episódios de trinta minutos -, The Chair traz à tona ensinamentos importantes sobre a vida na ciência e eu separei alguns para dividir com você. Mas não se preocupe, é livre de spoilers!
3 ensinamentos de The Chair sobre a carreira de pesquisadora
1. Mulheres trabalham dobrado na vida acadêmica
A princípio, há logo um ensinamento central na mensagem da série: mulheres lutam muito para se manterem na carreira acadêmica.
Afinal, para além das dificuldades enfrentadas por todos, como provas e estudos, a série é fiel em mostrar as outras cargas colocadas sobre as mulheres acadêmicas: o machismo, a falta de espaço na academia, o acúmulo de funções, a vida pessoal em xeque.
Como as mulheres retratadas em The Chair são bem diversas, é possível acompanhar discussões que tocam especialmente cada uma delas.
Aliás, é a fuga de estereótipos e a representação de mulheres complexas que proporciona um dos debates mais importantes da série: a relação entre família e trabalho.
De forma não tradicional, a relação de Ji-Yoon com sua filha tem um equilíbrio perfeito entre amor ao trabalho e preocupação com a família na mesma medida.
Por isso, tantas mães e mulheres pesquisadoras se identificam com os momentos que a série mostra de forma cômica e dramática os malabarismo realizados pela protagonista para equilibrar trabalho, vida amorosa e familiar.
2. A carreira de pesquisadora é cheia de conflitos geracionais
Se você já viu The Chair, eu aposto que você encontrou alguma semelhança dos personagens com seus professores.
De fato, há características bem comuns representadas: os professores mais velhos e clássicos na Universidade versus os jovens recém-chegados no departamento.
Apesar de explorar alguns estereótipos, a série traz elementos muito comuns na vida real e expõe as dificuldades de lidar com as diferenças geracionais nas pesquisas.
Por isso, The Chair foge do básico! Aqui conseguimos observar os medos dos professores mais velhos, as inseguranças de todos, os diferentes métodos de ensino, o machismo, a dificuldade de assimilar novos conceitos e a mudança que esses encontros proporcionam.
3. Revisar metodologias é sempre necessário
Falando em diferenças geracionais, uma das maiores verdades acadêmicas expressadas na série é a dificuldade de alguns professores em gerar conexão com os alunos.
Nesse caso, não se trata da temática da aula ou de questões pessoais, mas, para além desses temas que a série também retrata, o que mais chama atenção é a necessidade de repensar metodologias de aula sempre!
Por isso, é assistindo The Chair que temos insights importantes sobre o dia a dia na sala de aula, como as formas de lidar com os conflitos geracionais e estratégias para gerar conexão com os alunos.
Para quem quer seguir a carreira acadêmica, assistir The Chair não é exatamente como viver a profissão na realidade brasileira, mas é uma porta de entrada para quem ainda não faz ideia de como é essa carreira.
Como é a carreira de pesquisadora no Brasil?
Por fim, bateu a curiosidade de como seria um The Chair no Brasil?
Por aqui, quem quer lecionar em universidades precisa ser pesquisadora e essa é uma jornada longa.
Durante a formação, pesquisadoras que conseguem bolsas de fomento à pesquisa, recebem um auxílio fixo definido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) no valor de:
- Para mestrandos: R$ 1.500;
- Doutorandos: R$ 2.200;
- Pós-doutores: R$ 4.100.
Mesmo sendo responsáveis por todo desenvolvimento científico e tecnológico no país, muitos pesquisadores brasileiros apontam dificuldades em dar continuidade à pesquisa devido aos baixos valores de remuneração. E a situação piora entre as mulheres.
De acordo com dados do Open Box da Ciência:
Os dados expõem a desigualdade para as mulheres na ciência e abrem espaço para discussões sobre quais jornadas as pesquisadoras levam no Brasil.
Afinal, sem fomento à pesquisa, as mulheres provavelmente conciliam a carreira de pesquisadora com outro trabalho, os estudos e a vida doméstica.
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É por esse motivo que a diversidade deve ser ainda mais incentivada nas pós-graduações brasileiras.
Ainda, continuar investindo na pesquisa científica é uma forma de contribuir para que mudanças reais e inovações aconteçam no nosso país, inclusive mudando cenários de desigualdade.
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