Diferentemente dos países ricos, que têm altos investimentos em pesquisas científicas, as nações em desenvolvimento como o Brasil apresentam baixo nível de inovação! O que é um obstáculo para o crescimento da produtividade da economia e do conhecimento científico.
Neste artigo, você poderá entender os principais problemas na produção de pesquisas científicas no brasil, além de saber quais são as principais universidades e quais unidades publicam mais!
Desigualdade na ciência
O HypeScience divulgou um mapa-múndi baseado na produção científica de cada país. A aparência do mapa, entretanto, chama a atenção: enquanto o hemisfério Norte aparece extremamente amplo, o Sul, praticamente, não existe. É possível observar que a ciência no Brasil ainda tem muito o que produzir.
Entre as causas da desigualdade, encontram-se fatores como dinheiro e tecnologia. Revistas prestigiadas internacionalmente, como a Science, possuem boa parte de suas publicações concentradas em pesquisas da América do Norte e da Europa. Já a África, quase desaparece do mapa, pois possui dificuldades de acesso à internet que dificultam a produção científica, por exemplo.
Pesquisadores brasileiros de reconhecimento internacional, como a cientista Suzana Herculano-Houzel, primeira brasileira a palestrar no TEDGlobal, com trabalhos publicados na Science, corre o risco de interromper suas pesquisas, no Brasil, por faltas de recursos.
O mapa-múndi da ciência, todavia, desconsidera monografias e artigos que não foram publicados em revistas científicas.
Quais o problemas na produção de pesquisas científicas no Brasil?
As publicações são importantes no início da carreira de qualquer pesquisador, afinal é uma forma de expor seu trabalho à comunidade científica de sua área. Isso possibilita que haja a troca de conhecimento entre pesquisadores. Porém, a grande produção de pesquisa científica brasileira está concentrada em poucas universidades.
Mais de 90% dos artigos publicados foram gerados em universidades públicas. Ou seja, as universidades particulares têm pouca participação na produção efetiva de pesquisa. Além disso, investir financeiramente em cientistas e laboratórios não é suficiente para que o conhecimento científico de um país evolua. Mas você deve estar pensando: o que dificulta a realização de pesquisas científicas no Brasil?
A atual situação de falta de recursos e de uma burocracia sem fim por trás da pesquisa científica brasileira, faz com que os principais problemas enfrentados pelos pesquisadores sejam os baixos salários e as dificuldades para se conseguir financiamento e se dedicar integralmente à pesquisa.
Outro fato é que grande parte da pesquisa científica no Brasil se concentra na área de saúde. Mas as pesquisas não são realizadas dentro dos hospitais, por ser um custo a mais, por isso a maior parte dos estudos são feitos em universidades e institutos de pesquisa. Enquanto as outras áreas são negligenciadas ou quase não recebem investimentos, o que atrasa ainda mais a evolução do conhecimento científico e acadêmico.
O que faz uma instituição se destacar por suas pesquisas científicas?
Existem quatro fatores que explicam o bom desempenho da instituição acadêmica:
O primeiro é ter uma alta qualidade do corpo docente, ou seja, deve ser composto apenas por doutores contratados em regime de dedicação exclusiva.
A segunda coisa é ter laboratórios de última geração, para isso é preciso conseguir um bom financiamento!
Deve existir uma política interna de apoio à pesquisa. Para que uma instituição evolua e se torne referência no meio científico, é preciso reservar parte da verba recebida pelo Ministério da Educação para oferecer bolsas de iniciação científica, mestrado, doutorado e pós-doutorado. Além de auxílios para pesquisas interdisciplinares e para a formação de núcleos estratégicos.
O quarto fator é ter um modelo de organização da universidade diferente do usual! Muitas universidades do exterior aboliram a divisão das áreas do conhecimento em departamentos para favorecer a interação de pesquisadores.
A importância dos eventos científicos para as pesquisas científicas
Eventos científicos e acadêmicos são de suma importância para o desenvolvimento de pesquisas, sabe por que? Eles são oportunidades de o pesquisador divulgar o seu trabalho no meio acadêmico, estimulando assim a criação intelectual.
Através dos eventos os cientistas e pesquisadores desenvolvem uma rede de conhecimentos que podem ser compartilhados com outros pesquisadores Essa networking é importantíssimo, afinal, aproximando pesquisadores grupos podem ser criados, criando estes laços novas pesquisas podem ser desenvolvidas com uma participação maior de profissionais da área, ou até de áreas afins promovendo assim a interdisciplinaridade.
Os eventos também devem ser estimulantes para os profissionais em início de carreira, abrindo a possibilidade desses profissionais acompanharem de perto pesquisadores de referência, espelhando-se neles para novas pesquisas e publicações.
Publicação de pesquisas científicas em Anais/Proceedings de eventos
Os anais ou Proceedings são documentos que compilam todo o conteúdo gerado durante um evento como, por exemplo, um congresso. É a reunião de todo o conhecimento científico que foi produzido, debatido e apresentado durante o evento.
Os eventos, principalmente no Brasil, têm se mostrado fundamentais para o desenvolvimento do meio científico. Esse tipo de publicação eterniza o conhecimento que foi adquirido e se for disponibilizado de forma online, possibilita uma construção entre os pesquisadores, participantes e futuros pesquisadores, que podem utilizar os artigos como referência bibliográfica em seus trabalhos e enriquecer o currículo Lattes.
Quais universidades produzem mais conhecimento científico?
As universidades que lideram as pesquisas brasileiras na área médica são a USP, UFMG e Unicamp.
Mas são três outras instituições que de acordo com a edição mais recente do SCImago Institutions Rankings (SIR), lideram o ranking das universidades brasileiras que publicaram mais artigos científicos: Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Essa é uma classificação que faz a atribuição de publicações e citações a cada instituição acadêmica e seus indicadores têm como base no desempenho da pesquisa, resultados de inovação e impacto social medidos pela visibilidade obtida pela produção científica.
Ranking das melhores universidades do Brasil 2017
A QS World University Rankings divulgou o ranking das melhores universidades brasileiras de 2017. Para chegar a esse resultado, a QS avalia anualmente sete elementos de cada uma das universidades:
- Reputação acadêmica;
- Reputação no mercado de trabalho;
- Relação entre o número de professores e estudantes;
- Número de citações por publicação acadêmica;
- Número de publicações acadêmicas no ano;
- Porcentagem de docentes PhD ou doutores; e
- Presença na web.
1º | Universidade de São Paulo (USP) |
2º | Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) |
3º | Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) |
4º | Universidade Estadual Paulista (Unesp) |
5º | Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) |
6º | Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) |
7º | Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) |
8º | Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS) |
9º | Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) |
10º | Universidade de Brasília (UnB) |
11º | Universidade Federal de São Carlos (Ufscar) |
12º | Universidade Federal de Santa Catarina (Ufsc) |
13º | Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) |
14º | Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) |
15º | Universidade Estadual de Londrina (UEL) |
16º | Universidade Federal da Bahia (UFBA) |
17º | Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) |
18º | Universidade Federal de Viçosa (UFV) |
19º | Universidade Federal do Ceará (UFC) |
20º | Universidade Federal do Paraná (UFPR) |
21º | Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) |
22º | Universidade Federal Fluminense (UFF) |
E aí, cientistas e pesquisadores brasileiros… Preparados para agitar e revolucionar a produção científica no nosso país? Vamos mudar este cenário!